ST 1:
História Antiga e recepção clássica
Igor
Cardoso
Doutorando
(UFMG)/ igorbcardoso@gmail.com
O ST
História Antiga e recepção clássica tem o objetivo de estimular a interlocução
entre os diversos pesquisadores que tenham como fonte de pesquisa as produções
culturais gregas e/ou romanas. Além disso, procura-se dar vazão para o
crescente estudo em recepção clássica, isto é, como entende Hardwick, os modos
pelos quais essas produções foram transmitidas, traduzidas, selecionadas,
suprimidas, interpretadas, reescritas, reimaginadas e re(a)presentadas por
diferentes atores e grupos sociais, seja por meio do romance, da história, do
cinema, do teatro etc. A intenção é de receber pesquisas que tenham as mais
variadas fontes e/ou que se preocupem em desnudar preconceitos contra as
culturas populares e/ou de massa, a exemplo dos estudos de Martin Winkler, que se
debruça sobre filmes com diferentes considerações de qualidade artística: pois,
todos eles apresentam seus próprios e, por vezes, singulares caminhos que são
notáveis como exemplos da vitalidade do passado clássico na cultura atual.
Preocupa-se, portanto, em colocar em debate tempos distantes que se comunicam
através das produções culturais.
ST 2: Poder
e Fé na Idade Média
Aléssio Alonso
Alves
Doutorando
(UFMG)/ alessioaalves@gmail.com
Felipe Augusto Ribeiro
Doutorando
(UFMG)/ felipeaur@gmail.com
A
proposta desse Simpósio Temático é consolidar os Encontros de Pesquisa em
História da UFMG como espaço para debate, meio de intercâmbio, consolidação e
expansão das pesquisas sobre a Idade Média realizadas no Brasil. Entende-se que
eventos desse tipo são importantes para aprofundar as reflexões e os diálogos
historiográficos, bem como apresentar novas fontes ou abordagens ainda pouco
conhecidas. O objetivo principal é contribuirmos para a compreensão das
relações entre poder e fé no período convencionado como Idade Média. As
comunidades políticas do medievo possuiriam especificidades no que diz respeito
ao exercício do poder e ao lugar que a crença cristã ocupava nas relações
cotidianas. Reflexões relacionadas à estruturação desses dois tópicos, em suas
múltiplas dimensões, permitiriam a compreensão dos discursos construídos em
torno de diversas questões, como o “Outro”, a magia, a criação artística, o
gênero, a justiça, o governo urbano, entre outros. A temática proposta,
portanto, é bastante ampla e possibilita a inclusão de problemáticas, regiões e
tempos diversos. Propomos que seja realizado um debate interdisciplinar,
ancorado na percepção do tema pela História, o que permita a troca experiências
entre pesquisadores que se dedicam ao estudo da Idade Média em áreas do
conhecimento como Teologia, Direito, Artes, Literatura, Lingüística, Filosofia
e afins. A metodologia adotada pelo Simpósio Temático será a apresentação de
comunicações, agrupadas, pelos coordenadores, tendo como base a proximidade
temática, seguida por debates, possibilitando a participação dos ouvintes.
ST 3:
Teoria da História e História da Historiografia
Fernando
Garcia
Mestrando
(UFMG)/ eroestrato@gmail.com
Breno
Mendes
Doutorando
(UFMG) /mendes.breno@gmail.com
Marco
Girardi
Mestrando
(UFMG) /marcoggirardi@gmail.com
Visando
consolidar, no interior do EPHIS, um fórum permanente e profícuo de discussões
acerca da Teoria da História e História da Historiografia, bem como dos vastos
terrenos que daí se expandem, prosseguimos a tradição que acompanha as
sucessivas edições do evento de propor um Simpósio que se dedicasse a fomentar
tais debates. Queremos abrir espaço aos trabalhos ainda incipientes e, que de
maneira geral, não dispõem de maiores oportunidades para serem publicizados,
sejam apresentados e enriqueçam-se a partir das intervenções, servindo de
incentivo para novas pesquisas na área; bem como, também, às reflexões mais
elaboradas, de pesquisadores já mais experientes, para que as novidades de suas
pesquisas sejam compartilhadas e criticadas. Os terrenos, intersecções e
fronteiras do campo da Teoria da História são suficientemente amplos para
fomentar temas e abordagens das mais variadas; pretendemos gerar um espaço onde
todas elas possam ser bem acolhidas. Todavia, mesmo que não pareça evidente, em
comum, as propostas devem versar sobre as questões essenciais que conferem a
especificidade teórica das reflexões, tais como O que é a História? É possível
formular um conhecimento racional metodicamente conduzido a respeito do
passado? Quais são os limites desse conhecimento? Por que o homem se dedica aos
seus estudos? Que necessidades ontológicas e antropológicas são atendidas por
ele? Como o historiador e o conhecimento que produz se inserem nas sociedades e
culturas que possibilitam, demandam ou reprimem a ação do historiador? Em que
medida, na própria História da disciplina, essas questões foram postas,
alternaram importância, foram destacadas, obliteradas, ou até mesmo rejeitadas?
Enfim, as propostas devem girar em torno das questões ontológicas,
epistemológicas, éticas, estéticas, sociais e políticas do conhecimento
histórico; problematizar como este tipo específico de saber foi elaborado mesmo
antes de se tornar uma disciplina científica e analisar as diversas facetas que
a consciência histórica deu a parecer em diferentes momentos e lugares, e em
como diferentes culturas trabalharam a questão do sentido histórico. De vital
importância para conduzir tais investigações é a historicização do próprio
saber, que além de perscrutar as variações discursivas do gênero
historiográfico, as diferentes estratégias de criação de sentido, de forja das
identidades, ao analisar a gestação e transformação das regras discursivas,
permite que se proponha questões autênticas e relevantes para os estudos
teóricos. Assim, uma vasta gama de propostas encontram-se bem vindas, cobrindo
temáticas mais tradicionais aos problemas cada vez mais específicos e atuais
que a bibliografia da área tem se dedicado a estudar como problemas a respeito
da memória, temporalidade, ética, narrativa, experiência; e as relações da
atual escrita da História, seus desafios e demandas contemporâneos com o legado
sobre o qual trabalhamos. Enfim, com este Simpósio pretendemos debater sobre
aquilo que de mais caro há na reflexão sobre Teoria da História, sobre como o
historiador pode dar sentido ao passado, transformá-lo e permitir que, com ele,
se conviva. E, para fazê-lo, almeja-se trabalhos capazes de historicizar a
própria tradição, revirá-la, ressignificá-la e continuá-la criticamente,
renovando os sentidos do fazer da Teoria da História.
ST 4: História Intelectual e de
intelectuais: perspectivas teórico-metodológicas
Carlos
Alberto Machado Noronha
Doutorando
em História (UFMG) /calhis2@yahoo.com.br
Leonildo
José Figueira
Mestrando
(UEPG) /leo.hist@gmail.com
Simone
Aparecida Dupla
Mestranda
(UEPG) /cathaincelta@hotmail.com
A
ampliação da prática historiográfica contemporânea vem possibilitando a
emergência de estudos relacionados à produção intelectual. Esses estudos
apresentam uma superação da chamada História das Ideias cujo foco era o texto
produzido pelos intelectuais.
Nessa
direção, pesquisas desenvolvidas no âmbito da História Intelectual nas últimas
décadas congregam a análise interna das obras com a ponderação acerca dos
elementos externos à produção intelectual. A História Intelectual, portanto,
procura englobar perspectivas das Histórias social, cultural e política,
realizando uma prática historiográfica que, embora apresente a dimensão
interpretativa de uma obra, valoriza igualmente os domínios do social, cultural
e político na elaboração de uma dada produção intelectual.
Desse
modo, as análises históricas sobre as obras dos intelectuais passaram a
discutir as suas trajetórias, as redes de sociabilidade em que estavam
inseridos, os projetos literários, políticos e culturais que divulgavam ou
contra os quais travavam ferrenhos debates bem como a maneira como esses
sujeitos forjavam sua própria imagem perante a sociedade em que viviam. Com
essa abordagem, os historiadores aprofundaram a análise das fontes agrupadas
sob a denominação escritas de si (cartas, diários, autobiografias) e
valorizaram os estudos comparativos, enfocando as obras produzidas pelos
intelectuais (literatos, historiadores, etnógrafos, antropólogos, sociólogos
entre outros) como um objeto social representativo de determinados aspectos do
passado.
Isso vem
colaborando para a compreensão do modo como o conhecimento em diversas áreas é
produzido, das motivações, hesitações, receios e convivências que levaram
certos autores a se silenciarem sobre determinados temas ou até mudarem suas
opiniões sobre aspectos da sociedade em que viviam e das relações entre
conhecimento, práticas sociais e representações do passado.
A partir das
particularidades dessa abordagem histórica, esse simpósio busca, portanto,
discutir pesquisas que envolvam a análise da trajetória de intelectuais, a
elaboração, a difusão e a repercussão dos trabalhos produzidos por esses
sujeitos sociais, enfatizando temas como escrita e publicização da história,
polêmicas literárias e políticas, formação de identidades, representações de
espaços.
ST 5:
História, gênero, política e sexualidade: Memórias e Identidades na escrita da
história
Carolina
Dellamore Batista Scarpelli
Doutoranda (UFMG) /carolinadellamore@yahoo.com.br
Cássio Bruno de Araujo Rocha
Doutorando (UFMG) /caraujorocha@gmail.com
Débora Raiza Rocha
Especialista (UFMG) /raiza.rocha@hotmail.com
Deisiane Pereira Carlos
Mestranda (UFOP) /deisi_hist@yahoo.com.br
Fabiana
Aparecida de Almeida
Doutoranda (UFJF) /fabiana.almeidajf@yahoo.com.br
Após o sucesso obtido pelo
Simpósio na edição passada do EPHIS, decidimos que valia a pena continuar as
discussões sobre as múltiplas relações possíveis entre história, gênero,
política e sexualidade na 4ª edição do evento. Objetivamos, portanto, com o S.T.,
recepcionar pesquisas que abordem tais áreas de modo inovador e em ruptura com
o binarismo típico da heterossexualidade compulsória tão marcante do pensamento
ocidental.
Entendemos o gênero como uma
categoria analítica que permite decifrar como as identidades do ser mulher e do
ser homem são naturalizadas por meio de relações microscópicas de poder,
normatizando práticas e representações de gênero e sexualidade e contribuindo
para a delimitação dos espaços que podem ou não ser ocupados por cada um na política
e na cultura. Os estudos de gênero, tomados nesta perspectiva, colaboram para o
entendimento da atuação de homens e mulheres nas esferas públicas e privadas e
dos modos como essas esferas foram historicamente construídas segundo marcas e
hierarquias de gênero.
Abordando o gênero e a
sexualidade com um olhar historiográfico, temos a possibilidade de compreender
de modo complexo as diversas relações de poder existentes entre mulheres,
homens, família, etnia, classe, sexualidade, religião, lugar de origem, etc.
Além disso, a história possibilita que tais relações sejam estudadas em
recortes espaço-temporais diversificados, acrescentando a variável do tempo à
rede de relações que permeiam o gênero e a sexualidade.
Entendemos ainda que o
trabalho do historiador, além de realizar construções, consiste também em
realizar “desconstruções”. Deve-se buscar chegar aos “pontos cegos”, estando
atentos aos regimes de historicidade que se encontram por trás dos fenômenos
históricos estudados, fenômenos estes que são formados por estruturas que
constituem os campos de experiência, que são passíveis de análise por objetos
bem definidos do tempo e do espaço, do qual os historiadores dependem para
realizar o seu trabalho. Dessa forma, a questão das memórias e identidades andam
lado a lado e nos ajudam a entender melhor esses “pontos cegos”, nos permitindo
abordar a história sobre um ponto de vista diferenciado e que se torna
importante para uma análise mais concisa e uma escrita que possa contribuir
junto à historiografia.
Serão bem-vindas pesquisas
que, indo além da história das mulheres, questionem as identidades dadas,
recolocando-as em suas dimensões históricas e que, nas palavras de Joan Scott
(1995), possibilitem uma visão mais ampla de gênero que inclua não somente o
sistema de parentesco, mas o mercado de trabalho, a educação, a organização
política e as instituições. E ainda, trabalhos que abordem diferentes e
múltiplas questões de gênero envolvendo significados de poder (dominação
masculina e masculinidades), a orientação sexual (heterossexualidade,
homossexualidade, bissexualidade) e a problematização da incontestabilidade da
diferença anatômica (SCOTT, 2012).
Por fim, considerando os estudos de gênero e sexualidade como dimensão
importante da historiografia e não apenas um suplemento, mantemos o objetivo
central da primeira edição do simpósio, qual seja, contribuir com o debate
acadêmico na área, colaborando, ainda, para a discussão dos silêncios, das
exclusões e das invisibilidades que tão comumente recaem sobre aqueles que, de
algum modo, subvertem as normas de gênero e de sexualidade que dão forma à
nossa sociedade – tanto hoje, quanto ontem.
ST 6: Patrimônios
culturais: olhares diversos
Denis
Pereira Tavares
Doutorando
(UFMG) /denistavares85@yahoo.com.br
Gabriella Diniz Mansur
Graduada (Centro Universitário da Faculdade
Estácio de Sá) / gabimansur@yahoo.com.br
Adebal de
Andrade Júnior
Doutorando (UFRJ) /adebaldeandrade@gmail.com
Sara
Glória Aredes Moreira
Mestre
(PUC/MG) /saraaredes@gmail.com
Nas
primeiras décadas de implementação da política de proteção patrimonial no
Brasil as ações de patrimonialização privilegiaram a preservação do
patrimônio material urbano, edificações e monumentos por meio do tombamento. Os
bens de “pedra e cal”, sobretudo, os de arquitetura tradicional do período
colonial foram consagrados como “documentos de identidade” da nação brasileira.
Predominava então uma concepção de patrimônio enquanto obra de arte e o seu
valor mantinha-se pautado meramente em características estético-estilísticas da
arquitetura. Nessa fase, o campo do patrimônio era constituído,
principalmente, por arquitetos e pela atuação quase que exclusiva do Estado. A
ampliação do conceito de patrimônio, em reconhecimento da complexidade e da
heterogeneidade cultural do país, incorporando não somente as expressões
materiais da cultura, mas também suas referências imateriais abriu espaço para a
entrada de profissionais como antropólogos e sociólogos entre outros no campo
patrimonial brasileiro. Além disso, uma pluralidade de grupos ganhou
espaço e entrou no campo do debate sobre a preservação e salvaguarda do
patrimônio cultural a partir dos avanços no reconhecimento e garantia dos
direitos das populações tradicionais proporcionados pela Constituição Federal
de 1988, e pelo decreto 3.551, de 04 de agosto de 2000, que instituiu o
inventário e o registro do chamado “patrimônio cultural imaterial ou intangível”.
A inserção da sociedade civil no campo do patrimônio aponta que o Estado não é
o único ator dos processos de patrimonialização. Mudanças ocorridas, nas
últimas décadas, nas ideias norteadoras das instituições de gestão do
patrimônio no país, adotando princípios como a inclusão dos diferentes grupos
sociais que formam a sociedade brasileira, a valorização da diversidade
cultural, o acesso à cultura e o direito à memória reverberaram nos processos
de tombamentos/registros reforçando sua complexidade, seus conflitos e suas
contradições. Portanto, nosso simpósio está aberto aos estudos procedentes de
diferentes áreas do conhecimento, tais como História, Educação (especialmente
aqueles interessados em analisar projetos de Educação Patrimonial desenvolvidos
em arquivos públicos), Museologia, Antropologia, Sociologia e outras que lidam
com o patrimônio cultural – material e imaterial – a partir de diferentes
olhares, de diversos referenciais teóricos e metodológicos. Assim esperamos
realizar uma reflexão sobre os atores, interesses e diretrizes legais
envolvidas na patrimonialização das referências culturais, explorando suas
especificidades e articulações.
ST 7: História e Inquisição: história inquisitorial,
fontes inquisitoriais e suas aplicações nos estudos sobre religião, política e
sociedade
Igor Tadeu Camilo Rocha
Doutorando
(UFMG)/ igortcr@gmail.com
Natália
Ribeiro Martins
Doutoranda
(UFMG)/ nribeiro.his@gmail.com
Este
Simpósio Temático tem por objetivo contemplar trabalhos que façam uso de
documentação inquisitorial como fonte de pesquisa, assim como trabalhos
dedicados às Inquisições modernas como objeto de análise histórica, além
pesquisas dedicadas à historiografia a respeito desses temas. A Inquisição como
tema de análise histórica pode ser considerada tema consagrado pela
historiografia. De obras como as de Alexandre Herculano ou Henry Charles Lea,
até recentes trabalhos como os de Francisco Bethencourt ou de Giuseppe Marcocci
e José Pedro Paiva, o funcionamento, as engrenagens, a ritualística, os
aspectos administrativos e as representações em torno dos tribunais de fé tem
sido temas amplamente abordados. Por sua vez, mais recentemente, surgiram
trabalhos de grande relevância na historiografia sobre temas como bruxaria,
criptojudaísmo, religiosidade popular e minorias religiosas, étnicas e sexuais
que recorreram à documentação inquisitorial objetivando-se analisar, no
pensamento da Idade Moderna, aspectos de sua mentalidade, comportamentos
públicos e privados, crenças, entre outros. Obras como a de Piedro Redondi, com
seu Galileu herético (1991), que trouxe grande contribuição para a História das
ciências a partir de uma abordagem original do processo de Galileu Galilei,
ganham maior destaque ao lançar novas luzes sobre a compreensão das diversas
estruturas de pensamento de sociedades entre o limiar da Modernidade até meados
do século XIX, nas sociedades europeias, especialmente Portugal, Espanha e
Estados italianos, assim como de suas respectivas colônias. Da religiosidade ao
desenvolvimento das ciências, passando por temas como sexualidade e gênero e,
evidentemente, as origens, fundações, funcionamento das Inquisições modernas,
esses tribunais de fé e a documentação produzida por eles trazem um espectro
bastante amplo de possibilidades de pesquisa histórica. Diante disso, propomos
neste Simpósio Temático abrir um espaço para diálogos entre pesquisadores de
pós-graduação e graduação dentro desse vastíssimo campo de pesquisa histórica.
Trabalhos que tenham como objeto a religiosidade e cultura popular, feitiçaria,
bruxaria, de suspeitos de fé na Idade Moderna como os suspeitos de práticas
judaicas ou islâmicas, além de práticas religiosas existentes nos domínios ultra
marítimos de Portugal e Espanha, entre outros; trabalhos que se dediquem a
temas como a tolerância religiosa, questões tocantes à temática dos cristãos
novos, judeus, muçulmanos e heterodoxias religiosas dentro do contexto da Idade
Moderna; análises sobre os tribunais do Santo Ofício sob a ótica
administrativa, do direito e justiça modernos, das representações,
funcionamento, ritualística, fundação, expansão e consolidação desses
tribunais; trabalhos que analisem as relações sociais, vida material, sociabilidades
e hierarquias sociais e relações de poder a partir da documentação
inquisitorial; análises, discussões de debates historiográficos a respeito das
Inquisições modernas, desde análises tocantes a obras clássicas dessa
historiografia até discussões mais recentes; pesquisas sobre relações de gênero
e sexualidade, além de aspectos da vida privada feitas a partir da documentação
inquisitorial.
ST 8: Arte e sociedade - novas perspectivas de análise sobre o fazer
artístico
Leandro
Gonçalves de Rezende
Mestrando
(UFMG)/ leandro9rezende@yahoo.com.br
Kellen
Cristina Silva
Doutoranda
(UFMG) / ma.kellcs@gmail.com
Na quarta edição
do EPHIS, apresentamos um eixo temático que abrange as novas perspectivas de
análise sobre os diversos usos da arte, seja ela devocional, civil ou
decorativa, que nos ajude a compreender a sociedade. Para abarcar os diversos
campos que se abrem à perspectiva de análise histórica alicerçada no universo
artístico, nos propomos a debater vários eixos temáticos dentro do nosso
simpósio corroborando com novas perspectivas de análise histórica. A arte é,
por si só, um mecanismo sensível para compreendermos as experiências, os
anseios, os medos e os problemas que permeavam determinadas épocas, justamente
porque é produto de seu meio social. Sendo assim, nosso simpósio se abre para
as pesquisas focadas nas relações diversificadas que ocorreram (e ocorrem) em
vários grupos sociais, envolvendo os múltiplos suportes, técnicas, formas e
conteúdos, bem como as relações entre artistas/artífices e seu meio social.
Buscamos entender também os membros sociais que financiavam, faziam, usufruíam
e apreciavam as concepções artistas do seu tempo, pois, sendo a história a
análise do homem através do tempo, o simpósio busca entender essa vivência por
meio dos vestígios artísticos de diferentes períodos e sociedades. Dessa forma,
o presente simpósio tem a finalidade de trazer para o debate acadêmico
trabalhos que apresentem novas perspectiva para os estudos da História da Arte,
focalizados nas ações, nos seus sentidos e significados e não apenas na análise
simplista da imagem. Pretendemos ponderar representações e os próprios objetos
artísticos, levando em consideração suas prerrogativas e individualidade.
Abordar-se-á, de forma ampla, a interiorização e exteriorização da Arte nas
sociedades sobre os múltiplos campos do saber, amparados pela teoria e
metodologia da História e da História da Arte. De tal forma, as análises
construídas serão tecidas a partir de elementos documentais, bibliográficos e
iconográficos diversos, sejam esses dados escritos ou produtos de manifestações
artísticas remanescentes ao dispor do pesquisador. Daremos ênfase aos enlaces
entre obra de arte e sociedade, através do diálogo interdisciplinar, sem
esquecer-se dos mais variados aportes teóricos que viabilizam os objetos
artísticos a se transformarem em verdadeiras testemunhas oculares da forma de
viver de nossos antepassados.
ST 9:
História das Ideias e Ideologias
Pedro Henrique Barbosa Montandon de Araújo
Mestrando (UFMG)/ pedrobarbosa89@gmail.com
O
simpósio em questão tem como proposta a reunião de estudos que têm como fio
condutor, a análise de ideologias ou ideias políticas em seu desenvolvimento
teórico e histórico. Sem menosprezar as práticas, ou as culturas políticas,
este simpósio busca abrir espaço para a discussão da política em seu campo
teórico, desde a formulação, passando pela difusão e até mesmo pela
ressignificação de ideias políticas. É nesse ponto que a história contribui
para o estudo das doutrinas" políticas, colocando em perspectiva
diacrônica o que, muitas das vezes, é visto como algo não afetado pelo tempo,
mas somente transformador do próprio. Reafirma-se, então, a necessidade de se
estudar a teoria política dentro de quadros históricos, em que esta é uma resposta
humana à sua vivência sendo a própria teoria política criada, difundida ou
ressignificada de acordo com o ambiente social. Nega-se, portanto, a ideia de
uma ideologia em seu estado puro ou da descoberta de suas raízes mais profundas
onde seu núcleo estaria alojado para afirmar o caráter transitivo das próprias,
em que conceitos são reinterpretados, ideias são expulsas ou convidadas a
participar de uma nova interpretação da arte da convivência humana. É
ressaltando a necessidade de se estudar ideias, ideologias ou teorias políticas
através do contextualismo que esse simpósio se afirma. Seguindo a proposta de
Quentin Skinner, buscar-se-á inserir esse simpósio em uma história das
ideologias."
ST 10:
Imagens como fontes: Usos e leituras
Helaine
Nolasco Queiroz
Doutoranda
(UFMG) /helaineq@hotmail.com
Márcio dos Santos Rodrigues
Márcio dos Santos Rodrigues
(Mestre -
UFMG)/ Professor do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da FaE/UFMG /marcio.strodrigues@gmail.com
Marina Helena Meira Carvalho
Marina Helena Meira Carvalho
Mestranda
(UFMG) /marinahmc@yahoo.com.br
O
Simpósio Temático Imagens como fontes: Usos e leituras visa a reunir
pesquisadores e trabalhos que discutam acerca dos usos da imagem em suas
indagações. Apostamos na diversidade das imagens (cartazes, propagandas
publicitárias, fotografias, pinturas, caricaturas, charges, selos, figurinhas,
grafitti, design de tipos, ilustrações de livros, jornais, fanzines e revistas,
capas de long plays e de compact discs, símbolos oficiais como bandeiras e
brasões, numismática, sinais de identificação urbana, imagens produzidas e
difundidas por meio da internet pelas Redes Sociais e imagens em movimento,
como no cinema, em séries televisivas, nas histórias em quadrinhos e no
videogame) no sentido de realizar leituras sobre as mesmas e construir uma
narrativa sobre seus significados, evocações, simbologia, alegorização,
pretensão de objetividade, relação com textos que as circundam e com outras
imagens, entre outras. Compreendendo essas manifestações visuais não apenas
como suportes de ideias, mas como expressões e indicadores de práticas sociais,
pretendemos discutir e problematizar como essas fontes têm se configurado no
campo da História como mecanismos principais ou complementares para a
compreensão e interpretação da cultura material e simbólica de determinadas
épocas Entendemos também, como o argentino Alberto Manguel em Lendo Imagens
(2001), que as imagens, diferentemente dos textos, necessitam de uma narrativa
para serem lidas. Segundo o autor, ao contrário da palavra escrita, que flui constantemente
para além dos limites das páginas em que estão impressas, as imagens estão
fixas em um determinado suporte os limites de uma pintura ou de uma tela de um
computador, por exemplo e necessitam de nossa interpretação para se
constituírem em uma leitura. Trata-se de uma tradução feita pelo expectador,
nos termos de sua própria experiência, operação que amplia o que é limitado por
uma moldura para um antes e um depois e, por meio da arte de narrar histórias
(sejam de amor ou de ódio), [confere] à imagem imutável uma vida infinita e
inesgotável (p.27). Assim, as imagens com as quais se quer trabalhar possuem
uma historicidade, estão relacionadas com outros sistemas iconográficos e
possuem camadas de significados diferentes, dialogando com diferentes tempos
históricos e formações sociais. Nosso objetivo é o conferir espaço para aqueles
trabalhos que, para além das peculiaridades construtivas, refletem, de forma
teórica e prática, acerca dos usos e eventuais abusos das imagens como fontes.
As imagens, na condição de artefatos históricos, possibilitam uma chave de
leitura que ultrapassa o contexto histórico de sua produção, indicando para a
realidade social, representações e imaginários de seus produtores/leitores.
ST 11: Religião e Religiosidades: entre práticas e institucionalizações
ST 11: Religião e Religiosidades: entre práticas e institucionalizações
Vanderley
de Paula Rocha
Mestrando (UEPG) /vanderleypr05@yahoo.com.br
Ronualdo da
Silva Gualiume
Mestrando
(UEPG) /ronualdo_gualiume@hotmail.com
O campo
de estudo da história das religiões e religiosidades tem se firmando como um
importante espaço de discussão historiográfica, prova disso são os inúmeros
encontros para debater a temática, diversos periódicos especializados nesta
área e o número significativo de monografias, dissertações e teses, cuja
problemática gira entorno desse campo. Portanto, a proposta desse simpósio é
reunir pesquisadores, de história e de áreas correlatas, cujo abjeto de
pesquisa se encontra no campo das religiosidades, nas suas mais diversas
esferas, sejam essas geográficas ou temporais, devocional ou institucional.
Entende-se por religiosidade as mais diversas crenças no sagrado ou na recusa
dele (REEBER, Michel, 2002). Assim, esse simpósio pretende reunir temas
diversos, tais como: discussões a respeito do sagrado e do profano, práticas
populares de religiosidade, institucionalização de crenças, entre outros.
Compreende-se a importância desse evento para construir reflexões e diálogos a
partir da reunião de pesquisadores, que por sua vez são convidados a apresentar
seus pressupostos teóricos, suas fontes, metodologias e resultados. A
metodologia utilizada será a apresentação de comunicações, agrupadas a partir
de suas proximidades, seguida de abertura para debate, questionamento e
considerações.
ST 12:
Dinâmicas da conquista: identidades, etnicidades e mestiçagens nos domínios
ibéricos
Adriano
Toledo
Doutor em
História Social da Cultura (UFMG)/adrianohis@yahoo.com.br
Juliana
Sabino Simonato
Doutoranda
em História Social da Cultura (UFMG)/ jsimonato@yahoo.com.br
O
simpósio temático tem como objetivo discutir os processos de conquista nas
Américas, recuperando as lógicas e as dinâmicas inerentes ao universo da
colonização das Coroas Ibéricas, no contexto da integração marítima e comercial
entre as quatro partes do mundo, e que propiciaram a circulação de pessoas,
fauna, flora, cultura e práticas culturais. Ademais, os conquistadores
conviveram com uma grande diversidade populacional, ou seja, incontáveis
códigos culturais foram compartilhados, apreendidos e resignificados no Novo
Mundo. A estruturação de um aparato institucional nestes novos domínios
configurou um emaranhado de decisões de governo, definições de fronteiras de
autoridade e de jurisdições, assim como políticas de negociações, alianças e
muitos conflitos. Entendemos a instalação do Estado na fronteira, como um
processo de conformação de mecanismos de controle na apropriação e configuração
de um espaço. Para a construção de nossa problemática, abordaremos as forças e
as relações sociopolíticas e simbólicas que se engastaram na conquista do
território e na conformação de sua territorialidade. Dessa forma, as propostas
de análises devem evidenciar a influência da conquista colonial nas vivências e
sociabilidades das comunidades e personagens estudados, dedicando atenção
especial à formação de redes pessoais e institucionais de poder nestes espaços.
O eixo motriz da discussão será a inserção dos agentes da mestiçagens de
diversas qualidades" (índio, negro, preto, mameluco, pardo, cabra, zambos,
crioulos e mestiços, e " condições" (livres, libertos, e escravos),
oriundos das mesclas biológicas e culturais conformadas no mundo colonial,
assim como as alterações do seu modo de governo e poder nos contatos culturais
dos processos de conquista. Destarte, precisamos compreender a estruturação
cotidiana desses espaços recém-conquistados, e as configurações de suas
percepções políticas e identitárias. Em síntese, o nosso principal desafio será
o de resgatar a historicidade dos povos conquistados em meio às representações
e ações dos empreendimentos coloniais."
ST 13:
Política, Cultura, Economia e Sociedade nas Américas nos séculos XIX e XX
André
Mascarenhas Pereira
Doutorando
(UFMG) /andremasper@gmail.com
Carolina
Paulino Alcântara
Mestranda
(UFMG) /carolinapalcantara@hotmail.com
Raphael
Coelho Neto
Mestrando
(UFMG) /raphaelcneto@yahoo.com.br
Thiago
Henrique Oliveira Prates
Mestrando
(UFMG) /thoprates@gmail.com
Wanessa
Pires Lott
Doutoranda
(UFMG) /wanessalott@hotmail.com
Warley
Alves Gomes
Doutorando
(UFMG) /warleyalvesgomes@yahoo.com.br
O
objetivo deste simpósio é reunir temas e questões que versem sobre o continente
americano, desde as independências políticas, a consequente formação dos
Estados Nacionais, passando pelos processos de industrialização e de
urbanização iniciados na segunda metade do século XIX. A partir do século XX, o
foco de debate se volta para a ampliação da potencialidade de organização e
mobilização das sociedades em várias frentes – trabalhadores urbanos,
indígenas, camponeses, negros, mulheres, movimentos artísticos e intelectuais,
partidos políticos -, intensificando as ações públicas dos Estados e as
relações internacionais, muitas vezes de ordem autoritária. Dessa forma, o
simpósio se propõe a abranger temas que envolvem a História da América,
incluindo a História dos Estados Unidos, Canadá e Brasil, abrindo assim a
possibilidade de estudos comparativos. Busca-se, portanto, dada a
amplitude temporal e temática deste simpósio, reunir pesquisadores e
interessados nas temáticas pertencentes ao campo da historiografia da América e
áreas afins.
Várias
são as possibilidades de discussões que perpassam a História do Continente: as
construções de identidade nacionais e continentais, assim como o
multiculturalismo, incluindo as aproximações e as peculiaridades políticas embutidas
nas noções do que é constituir-se latino-americano, indoamericano,
hispanoamericano, dialogando também com o ideal pan-americanista; os ideais de
progresso, de civilização e os projetos técnico-científicos que influenciaram e
impactaram os modos de vida, bem como criaram formas de resistências em vários
espaços, inclusive em pequenos núcleos urbanos e comunidades de distintas
regiões; a História dos Estados Unidos e os diversos matizes de sua relação com
a América Latina e Caribe; os processos revolucionários latino-americanos; as
guerras e as disputas fronteiriças; os governos ditatoriais, as experiências
autoritárias e os processos de transição para a democracia; o exílio, a
migração e as práticas transnacionais; a História Intelectual, incluindo, nessa
perspectiva, as redes intelectuais, as biografias individuais e coletivas, os
projetos políticos e culturais, as vanguardas artísticas, os impressos em
geral, a literatura, o cinema, o teatro, a música e as artes visuais; e as
lutas dos movimentos sociais e identitários em distintos momentos e regiões das
Américas. Por fim, interessa-nos também estudos que inquiram e investiguem a
respeito da historiografia sobre o continente americano, bem como aqueles que
busquem promover o debate acerca do ensino de História da América.
Os temas
multiplicam-se e as questões apresentadas são apenas um esboço dos diferentes
tópicos que encontramos em “nossa América”. Esperamos as contribuições dos
participantes para que os debates sejam profícuos e suficientemente ricos no
sentido de que possamos seguir com novas e inquietantes perguntas.
ST 14: História da educação e
das práticas educativas no Brasil: diálogos interdisciplinares na construção do
ensino
Elisgardênia
de Oliveira Chaves
Doutorando
História (UFMG)/ elis_gardenia@yahoo.com.br
Fabrício Vinhas Manini Angelo
Doutorando em Educação pela UFMG/ fabriciovinhas@gmail.com
Leidimar Rodrigues de Sousa Lima
Profa. Assistente da Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA
Doutorando História (UFMG)/cleidimary@hotmail.com
A
História da Educação e das práticas educativas escolares e não escolares é um
território em fronteira que vem recebendo contribuições tanto da História
quanto de outras áreas do conhecimento a exemplo da Educação. Em geral essas
disciplinas tratam das diversas formas de educação nos mais diversos tempos e
locais. A escola, na atualidade, é um espaço de síntese da formação cultural e
científica de diferentes atores sociais e para tanto deverá envolver em suas
práticas pedagógicas situações de aprendizagens significativas baseadas na
técnica, na linguagem e na ética. Nesse sentido a escola deve ser uma espaço de
construção contínua da democracia social e política. Em razão disso, o presente
Simpósio Temático busca congregar pesquisadores que estudam os diversos
aspectos das práticas educativas e da História dessas práticas: formas de
educação, práticas de leitura e da escrita, tipos de leitores, formas
circulação dos impressos, dos filmes, dos documentários, das diferentes
práticas de ensino/aprendizados envolvendo os diversos sujeitos históricos e as
suas múltiplas formas de representação da atuação social. O Simpósio proposto
será um momento propício para, a partir das experiências dos professores e
pesquisadores do Ensino Superior e da Educação Básica no Brasil, se discutir,
analisar e refletir a complexa relação entre a educação e a sociedade numa
perspectiva histórica. Portanto, fica o convite aos pesquisadores de diversas
áreas do conhecimento, que tem se dedicado a estudar os modos como se relacionam
os diversos fenômenos apresentados anteriormente ao longo do tempo e dentro de
momentos específicos da História do Brasil, assim como os modos como a educação
e as práticas educativas foram apropriadas e representadas pelos agentes
históricos e pela historiografia, para virem compor conosco momentos de trocas
de experiências, reflexões e debates. Palavras-chave: História da Educação;
Ensino; Práticas Pedagógicas; Representação Social; Recursos
didático-pedagógicos.
ST 15: História da África e ensino
no Brasil III
Raissa
Brescia dos Reis
Doutorando
(UFMG)/ rah.brescia@gmail.com
Thiago Henrique Mota
Doutorando (UFMG) /thiago.mota@ymail.com
Este simpósio tem
como proposta a continuidade do diálogo entre pesquisadores dedicados ao estudo
da História da África e/ou seu ensino no Brasil, iniciado no II Ephis.
Procuraremos promover e renovar o intercâmbio de visões e recortes distintos ou
complementares de temáticas e metodologias dos estudos africanistas, cujo maior
crescimento se deu no país nos últimos anos e que, na Universidade Federal de
Minas Gerais, encontram-se em estágio inicial, bastante promissor. Para o
fortalecimento de um processo de institucionalização e divulgação desta que vem
se consolidando como uma área central dentro e fora da universidade, entedemos
que espaços de discussão e trânsito como este se fazem necessários. Após mais
de uma década da criação da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da
História da África e dos africanos na educação básica, tempo no qual os
esforços de se construir uma narrativa histórica por um prisma africanista e
não eurocêntrico se multiplicaram nas universidades, pareceu-nos premente a manutenção
de uma mesa de debate acerca do tema no EPHIS. A proposta é garantir e
perenizar a existência de espaços de troca e diálogo dedicados ao tema da
presença dos africanos na construção da história como atores e autores. No ano
que o Programa de Pós-Graduação em História da UFMG comemora 25 anos de idade,
a existência deste fórum destinado especificamente à História Africana torna-se
representativo dos caminhos tomados por esse e outros departamentos de História
no Brasil. Entendemos que o crescimento da importância da área na graduação e
pós-graduação em História deve ser parte central da discussão, pois se
apresenta como parte da relação entre produção científica e acadêmica e o mundo
social. Por se tratar de um campo em formação, cuja expansão encontra-se em
muito vinculada à lenta modificação das instituições de ensino superior e
básico de todo o país, este simpósio possui propositalmente ampla receptividade
de comunicações. Gostaríamos de mantê-lo como um simpósio temático plural, que
inclua trabalhos sobre diferentes recortes cronológicos e geográficos e una
esforços de pesquisadores que queiram compreender as culturas africanas em sua
historicidade. A dar unidade à discussão estaria apenas o tom que se deseja
imprimir ao Simpósio. Como Elikia Bokolo, historiador congolês, e vários outros
historiadores brasileiros, o ST História da África e seu ensino no Brasil busca
vislumbrar histórias possíveis cujo ponto de partida seja o protagonismo e
agência africanos. Propomos, assim, a reunião de variados marcos cronológicos e
objetos de pesquisa desenvolvidos em torno da História da África, bem como de
seu ensino, carro chefe e estímulo de sua popularização nos meios sociais e
acadêmicos brasileiros. Espera-se que diferentes perspectivas temáticas e teórico-metodológicas
possam ser incluídas nas discussões a se desenvolverem. Almejamos, por fim, dar
continuidade neste IV EPHIS a um simpósio cujo foco central é a História
africana, estabelecendo um espaço importante de abertura dos campos e dos
olhares a outras perspectivas que não o tradicional ponto de vista eurocêntrico
no interior das ciências humanas brasileiras, promovendo e afirmando a temática
na pesquisa em história na UFMG.
ST 16:
Família livre, família escrava: múltiplas perspectivas e múltiplos olhares
Mateus
Rezende de Andrade
Doutorando (UFMG)/ mateus.rezende@gmail.com
Fabrício Vinhas Manini Angelo
Doutorando
(UFMG)/ fabriciovinhas@gmail.com
A
História da Família é uma das temáticas que mais tem tradição na historiografia
brasileira, por isso, a palavra pluralidade é a que talvez melhor classifique
os trabalhos que tratam dessa temática. Autores como Gilberto Freyre e Oliveira
Viana, ou outros com publicações mais recentes, como Eni de Mesquita Samara,
Leila Algranti e Robert Slenes, em algum momento de suas carreiras trataram
desse tema. No entanto, ter esta temática em comum pouco diz sobre o que estes
autores enfatizaram ao tratar da família no Brasil. Estes autores e a
historiografia mais contemporânea abordaram a temática da família em múltiplas
perspectivas enfatizando, por vezes, a questão de gênero, a infância, a família
escrava, a família da elite, a família dos estratos medianos, as famílias
mestiças, formas legítimas ou constumeiras de constituição da família para
vários períodos da História do Brasil. Tendo em vista essa multiplicidade, o
presente simpósio busca congregar trabalhos dos jovens pesquisadores com o
objetivo de passar em revista as principais tendências contemporâneas na
pesquisa histórica sobre a família. Para isso buscamos congregar pesquisadores
de diversas áreas do conhecimento que tem se dedicado a estudar os modos como
se constituíram as famílias brasileiras, que enfatizem as diversas temáticas
apresentadas anteriormente ao longo de toda a História do Brasil. Por fim, o
objetivo deste Simpósio Temático é também criar um ambiente dedicado ao debate
e à reflexão acerca dos conceitos, das metodologias de pesquisa, das abordagens
teóricas e da produção historiográfica sobre o assunto em voga, em um evento
produzido por e para estudantes, propício a trocas de experiências,
inquietações, informações e ao estabelecimento de contatos objetivando, dessa
forma, valorizar a produção acadêmica de forma aberta, horizontal, democrática
e colaborativa.
ST 17: O
oitocentos de crise a crise: dinâmicas culturais, sociais, econômicas e
políticas no Brasil (1808-1889)
Rodrigo
Paulinelli de Almeida Costa
Mestrando (UFMG)
/rodrigopaulinelli16@gmail.com
Ana Tereza Landolfi Toledo
Mestranda (UFMG)
Marcella de Sá Brandão
Mestranda (UFMG)
/marcellasabrandao@gmail.com
Lucas Samuel Quadros
Mestrando
(UFOP) /lucassquadros@yahoo.com.br
Wélington Rodrigues e Silva
Mestrando (UFOP)
Adriano Soares Rodrigues
Mestrando (UFOP)
O presente simpósio temático objetiva promover debates sobre
trabalhos que se debruçam no entendimento do século XIX no Brasil, tendo como
marco temporal o período que estende a crise do sistema colonial à crise do
Estado monárquico brasileiro, bem como a crise do sistema escravista (1808 –
1889).
Compreendendo o século XIX como um período de grandes
transformações para o Brasil, observa-se o notável o crescimento da produção
historiográfica sobre o período, tendo em destaque, os temas da crise do
absolutismo monárquico na América, a transição da Colônia para o Império,o
traslado da família real portuguesa à Colônia, a formação multifacetada da
nação, assim como a as formas de administração e autonomias locais, a
independência do Brasil, as rebeliões regenciais, o código comercial de 1850,
processos políticos e sociais que culminaram na abolição da escravidão e na
proclamação da República.
Em suma, trata-se de um período permeado de mudanças sociais,
políticas, econômicas e culturais, que tem sido amplamente revisitado pela
historiografia atual. Desta maneira, objetiva-se aqui, reunir trabalhos que
tratem das seguintes temáticas: a)organização social do trabalho e
reorientações econômicas: envolvendo escravidão, abolição, trabalho livre e
imigração; b)disputas políticas: fim do sistema colonial e império
luso-brasileiro, republicanismo, democracia, atuações administrativas regionais
e entre as nações; c)cultura letrada: pensamento ilustrado,
ideologização do progresso, academias de ciências e instrução escolar; d)cultura
popular e sociabilidades: festividades, religiosidades e vida privada.
Tratando-se de um espaço de trocas de experiência acadêmica com diferentes
propostas e objetos de pesquisa, agregados pelo fio condutor do estudo do
século XIX no Brasil, acredita-se que o Simpósio Temático “O oitocentos de
crise a crise: dinâmicas culturais, sociais, econômicas e políticas no Brasil
(1808-1889)” contribuirá de forma positiva para dar novas perspectivas as
pesquisas acerca do oitocentos no Brasil. Assim sendo, a principal finalidade
deste simpósio é promover o debate acerca do contexto, buscando intercambiar
conhecimentos e reexames da produção historiográfica sobre o século XIX nos
últimos anos.
ST 18: Relações de Poder: Conflitos e Negociações em uma perspectiva histórica no século XX
ST 18: Relações de Poder: Conflitos e Negociações em uma perspectiva histórica no século XX
Ary Albuquerque Cavalcanti Junior
Mestrando (UNEB) / ajunior.ufrb@hotmail.com
Gabriel José Brandão de Souza
Mestrando (UNEB) / brandao.gabriel@live.com
Rosana de Jesus Andrade
Mestrando (UNEB) / rosana_ufrb@yahoo.com.br
O século XX foi
marcado por acontecimentos históricos que tiveram inúmeras consequências no
avanço da sociedade contemporânea. A exemplo, podemos mencionar as revoluções
Russa, Chinesa, e Cubana, além das grandes guerras, do embate ideológico entre
capitalistas e comunistas, e das ditaduras que assolaram o mundo,
principalmente a América do Sul. Logo, o século XX foi um período de
acontecimentos importantes para a História, como atribuiu Hobsbawm (1994), a
era dos extremos. Contudo, a historiografia também passou por uma série de
mudanças, após a Escola positivista. Já na abordagem da Escola dos Annales, a
história passou a ser vista como problema, onde os fatos e as verdades deveriam
ser problematizadas pelo historiador (Barros, 2012). Nessa perspectiva, segundo
Constantino (2004) a Escola dos Annales passou a difundir após a primeira
grande guerra uma História que narrasse o seu próprio passado. Ainda segundo
este estudioso, as discussões historiográficas que permeiam a problemática das
relações de poder ganharam força no século XX. Nesse sentido, o presente
simpósio propõe discutir a produção de pesquisas na área da História Regional e
Local, que privilegiem os conflitos e estratégias políticas, econômicas, culturais
e de gênero na perspectiva das relações de poder e discursos nos diversos
âmbitos historiográficos ao longo do século XX. Logo, serão aceitas
comunicações que abordem relações na política, cultura e nas mais variadas
relações sociais da Primeira República à Ditadura Militar.
Doutorando (UFMG) /julianavsf@yahoo.com.br
Mestrando (UFMG) /amatolgabriel@gmail.com
Mestre (UFMG)/ nataliabarud@yahoo.com.br
ST 19: Ditadura e Transição
Política no Brasil: sociedade, política e cultura no regime militar brasileiro
(1964-1985)
Juliana Ventura de
Souza Fernandes
Gabriel Amato Bruno de
Lima
Natália Batista
Recentemente,
tem-se mobilizado vários esforços na sociedade brasileira visando o
aprofundamento de discussões sobre o golpe e a ditadura, tais como o debate
sobre a Lei de Anistia e a Comissão Nacional da Verdade, que sugerem a
relevância de questões referentes ao passado ditatorial. Neste simpósio, o eixo
privilegiado de investigação são as relações entre sociedade, política e
cultura no transcurso da ditadura brasileira (1964-1985). Sendo assim,
interessa a discussão acerca das condições que conferiram legitimidade e
proporcionaram a manutenção do regime autoritário por mais de duas décadas,
como também das experiências de enfrentamento, resistência e oposição em
contexto regional ou nacional. Privilegiam-se temas aventados pela
historiografia recente, estudos que problematizam as batalhas e apropriações da
memória, o caráter da ditadura (militar, civil-militar, militar- civil), sua
delimitação cronológica onde inicia ou termina a Ditadura, as características
das resistências e das repressões e a ação de todos estes agentes dentro e fora
do país, no decorrer do período que se convencionou chamar de Regime Militar.
Essa historiografia mostrou novos interesses traduzidos em temas e objetos
ainda pouco explorados, que se distanciavam dos eixos clássicos, tradicionalmente
marcados por pesquisas que se centravam em abordar sobretudo a repressão
política, os sistemas de informação e de segurança, e a atuação dos grupos de
esquerda armada. Essas questões certamente são fundamentais para compreensão do
contexto autoritário, mas não são suficientes para explicar a permanência dos
militares no poder durante tanto tempo. A dimensão repressiva, por um lado, e a
oposição ao regime, por outro, assumiram diferentes linhas de ação, de
densidade e expressividade diversas. Assim, a proposta deste simpósio consiste
em estimular discussões que ajudem a compreender as diversas facetas da adesão
social conquistada pelo regime militar, bem como a trazer à tona novas
abordagens sobre a oposição à ditadura. São considerados movimentos sociais em
sentido lato; as mobilizações de setores artísticos no teatro, cinema, artes
plásticas; o papel da mídia e da indústria cultural; as ações de entidades
ligadas a grupos de profissionais liberais ou religiosos; a relação do Estado
com instituições como as universidades; as disputas em torno do passado recente
e o processo de reconstrução de memória. Da mesma forma, merecem ser avaliadas
ainda as escolhas estratégicas de tais movimentos para permanecerem em
atividade durante o regime, as relações com a institucionalidade vigente, com
os órgãos de censura, com a polícia política. De maneira geral, serão aceitos
trabalhos que abordem movimentos sociais, movimentos culturais, censura,
repressão, luta armada, exílio, atuação política e transição democrática. Além
de conceber um espaço aberto à divulgação de trabalhos recentes de jovens
pesquisadores, a expectativa do encontro é trocar experiências, estimular novas
reflexões e suscitar debates e diálogos que possam trazer aspectos da história
da ditadura militar ainda pouco visitados pela academia ou que problematizem
conceitos e temas tradicionais no debate acadêmico sobre a história do regime
militar.
ST 20: Cultura Intelectual Brasileira
ST 20: Cultura Intelectual Brasileira
Valdeci da Silva Cunha
Doutorando (UFMG) /valdeci.cunha@gmail.com
Tiago Lenine
Doutorando (UFMG)
Raul Lanari
Doutorando (UFMG)
Propomos
com este simpósio temático uma reflexão acerca da compreensão e a investigação
da cultura brasileira a partir de um diálogo entre distintas manifestações
intelectuais. Acreditamos que o conceito de cultura intelectual brasileira, ao
fazer frente às limitações da clássica perspectiva do pensamento social
brasileiro (por demais marcado por uma matriz sociológica), surge como fértil
norteador que possibilita abordar as aporias citadas por considerar outros
personagens e produções antes não contemplados como legítimos intérpretes da
realidade brasileira. Com isso, o que temos em vista é a necessidade atual de
se conhecer e reconhecer a sociedade a partir de registros intelectuais variados,
sem necessariamente hierarquizá-los, especialmente segundo uma perspectiva
cientificista e sociologizante. Assumindo uma abordagem histórica, ou seja,
marcada por suas temporalidades específicas, consideramos ser possível
construir uma espécie de espectro em que essas manifestações intelectuais da
elaboração da vivência, seja no registro cotidiano (crônicas, charges, canções,
história em quadrinhos, cinema etc) ou no registro de um pensamento integrado
às tradições (como a literatura, filosofia, sociologia, política, direito,
partidos políticos etc), se apresentem em constante dinâmica de trocas,
conflitos e distinções. Voltado especialmente para as experiências das
modernidades e modernismos vividos e produzidos por diferentes segmentos
intelectuais, nosso Simpósio Temático procura contemplar as décadas finais do
século XIX até a contemporaneidade. Dentro desse escopo temporal, vale destacar
os lugares ocupados pelas clássicas interpretações sobre a realidade
brasileira, que hoje podem ser vistas como formas de experimentar a
modernidade, como, por exemplo, as tradicionais análises que destacaram o
iberismo brasileiro (Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Raimundo
Faoro), ou sua dependência/marginalidade no sistema capitalista mundial (Fernando
Henrique Cardoso e Octávio Ianni). Entretanto, consideramos necessário lançar
um desafio historiográfico que nos possibilite um diálogo com essa tradição,
mas que consiga colocar novas questões sob o ponto de vista do presente das
pesquisas: seja a partir de pensadores que experimentaram a realidade moderna
brasileira atualizando-se segundo a literatura estrangeira, especialmente
europeia, mas também Sul e Norte Americana, do século XIX e XX, seja com
processos culturais, políticos e sociais que caracterizam a modernização dos
espaços urbanos brasileiros.